sábado, 15 de maio de 2010

São Paulo: Carta de um filho desesperado com a humilhação da mãe

Meu pai faleceu em dezembro. Era professor aposentado pelo Estado de São Paulo, e também pagava o INSS, pois deu aulas em faculdades particulares. Pois bem. Imediatamente após a sua morte, entramos com os papéis para que as duas aposentadorias a que ele tinha direito fossem pagas à minha mãe. Um mês depois a do INSS estava sendo paga pontualmente. A do Estado de São Paulo, até hoje, nada. Já vamos para CINCO meses, e o governo do Estado de São Paulo não se digna a pagar uma aposentadoria a uma viúva que, só em remédios, gasta mais de mil reais por mês.

O dinheiro é dela. Nâo é do Governo. Se está passando por essa situação é única e exclusivamente porque a máquina do Estado de São Paulo é uma vergonha, e não consegue fazer em quatro meses aquilo que a máquina do INSS, dez vezes maior e mais complexa, fez em um mês apenas.

A situação, agora sabemos, está longe de ser atípica. Já tínhamos sido alertados por uma prima de minha mãe, também aposentada pelo Estado de São Paulo, que o Calvário seria longo. Ela, sozinha no mundo, teve que amargar seis longos meses de humilhação perante a família, até que o Estado se dispusesse a pagar o que lhe devia de modo líquido e certo. Agora, frequentando as filas das repartições públicas em busca de uma solução para o caso, ficamos conhecendo dezenas de outros casos idênticos.

São pessoas no final da vida, que têm na aposentadoria do(a) companheiro(a) falecido(a) o único recurso para sobreviver. O que explica tamanho descaso? O que explica tamanha desfaçatez diante do sofrimento alheio? Que tanto o governo do Estado de São Paulo tem que fazer para verificar que minha mãe era mesmo casada com meu pai, que ela está viva, e que faz jus à aposentadoria deixada por ele?

Comentário: É impressionante! Tudo que o José Serra faz é mal feito.

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/05/15/a-aposentadoria-do-funcionario-paulista/


bjs.

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